Familiares participaram de homenagem na Base Aérea do Galeão.
Para autoridades, militares são exemplo de heroísmo e profissionalismo.
Militares foram homenageados em cerimônia na
Base Aérea do Galeão, no Rio
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
Os dois militares mortos em um incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártica, foram homenageados na manhã terça-feira (28) no Rio de Janeiro. O suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos foram promovidos ao posto de segundo-tenente, admitidos na Ordem do Mérito da Defesa, no grau Cavaleiro, honraria concedida pela presidente Dilma Rousseff, e agraciados com a Medalha Naval de Serviços Distintos, da Marinha.Base Aérea do Galeão, no Rio
(Foto: Janaína Carvalho/G1)
Os dois morreram na madrugada de sábado (25) enquanto combatiam um incêndio que começou na área dos geradores de energia da estação. Uma pessoa ficou ferida. A base que abrigava 45 pesquisadores de diversas áreas ficou destruída e o governo anunciou que ela deve ser reconstruída em dois anos.
Ao final da cerimônia, os corpos dos dois militares foram levados para o Instituto Médico Legal (IML). Segundo a assessoria de imprensa da Marinha, o corpo do segundo-tenente Santos pode ser velado ainda nesta terça no Cemitério do Caju, na Zona Portuária da cidade. Já o corpo do segundo-tenente Figueiredo será encaminhado para Vitória da Conquista, na Bahia, sua cidade natal.
Heroísmo
Durante a cerimônia, o vice-presidente da República, Michel Temer, lamentou as mortes. “Esses homens que se foram agora não têm medo, se temessem, não teriam tido o gesto de heroísmo que tiveram na Antártida. Que o exemplo deles sirva para seus filhos, para a Marinha e para todos os brasileiros. Em nome do povo brasileiro, que está acompanhando tudo isso, quero prestar solidariedade à família e à Marinha do Brasil”, disse o vice-presidente.
Também participaram da cerimônia os comandantes das três Forças Armadas: almirante-de-esquadra Julio Soares Moura Neto, da Marinha; tenente-brigadeiro-do ar Juniti Saito, da Aeronáutica, e general Enzo Martins Peri, do Exército.
"Por mais que tentemos externar nossos sentimentos, nunca será o suficiente. Nossos dois heróis realizaram esse último sacrifício e ofereceram suas vidas no cumprimento do dever", afirmou o almirante Julio Neto.
Peritos investigam incêndio
Os peritos que vão investigar as causas do incêndio que destruiu a base de pesquisas científicas da Marinha brasileira já estão na Antártica. O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi para a base chilena Eduardo Frei resgatar o corpos dos dois militares que morreram na estação levou o embaixador brasileiro no Chile, integrantes da diplomacia e militares. Eles dividem espaço com suprimentos, caixas, roupas, equipamentos de comunicação e comida para os 12 militares que estavam na estação na hora do incêndio e que foram levados para a base chilena.
O capitão Fernando Coimbra, chefe da estação brasileira na Antártica, diz que não houve explosão antes do incêndio. Ele contou que o suboficial Carlos Figueiredo e o primeiro sargento Roberto dos Santos, que morreram no incêndio, tentavam fechar a válvula do reservatório de etanol para evitar que o fogo se espalhasse pela mangueira e chegasse ao tanque, que ficava atrás do gerador.
Segundo o capitão, a equipe tentou usar água do mar para controlar o incêndio, mas a água congelou na mangueira. Os corpos dos dois foram encontrados a dez metros do compartimento dos geradores a óleo, onde o fogo teria começado. “Mais do que perda material, mais do que da nossa casa durante um ano é a perda dos nossos amigos”, afirmou o chefe da estação antártica brasileira, Fernando Coimbra.
Quarenta e cinco militares e pesquisadores, que estavam na base brasileira na Antártica, chegaram ao Brasil na madrugada de segunda-feira (27). A maior parte do grupo desembarcou na Base Aérea do Galeão. Cansados e abalados com o acidente, traziam apenas as roupas do corpo. Contaram que o fogo se espalhou rapidamente e não puderam salvar objetos pessoais.
Entre os que chegaram estava o primeiro sargento Luciano Gomes Medeiros, que sofreu queimaduras nas mãos. Ao sair do avião, ele foi colocado numa cadeira de rodas e levado para o hospital da Marinha, onde permanece em observação.
Fonte: Site Rede Globo- Home
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