domingo, 17 de junho de 2012

Empresas investem em materiais naturais e reciclados para faturar

Preservação do meio ambiente gera bons negócios.
Empresárias lucram com papel reciclado, lápis e canetas ecológicas.


 A preservação do meio ambiente gera bons negócios. Pequenas empresas investem em artigos feitos com matéria-prima natural e reciclada para faturar.

Bloquinhos e cadernos são feitos com papel 100% reciclado têm acabamento impecável. Uma prova de que é possível unir qualidade e sustentabilidade. A empresária Marta Genta começou a fabricar produtos ecológicos há quase 30 anos

“É um material encantador, de uma variedade incrível, tem papel fininho, papel grosso, papel fácil de dobrar, papel que dá para fazer isso ou aquilo”, diz.

Hoje, a empresária usa fibras de espada de São Jorge, de bananeira ou de cana-de-açúcar para a fabricação de papel. A matéria-prima é cortada e recebe uma mistura de cinza de madeira, para separar as fibras de celulose. Depois, é fervida, batida no liquidificador e coada, até ficar no ponto para a secagem. Isso demora de um a dois dias. Todo o processo é feito em um ateliê em São Paulo.

Com as folhas de papel reciclado, Marta e uma funcionária montam 200 peças por mês, entre cadernos e bloquinhos, porta-retratos, porta-lápis, envelopes, pastas e convites.

Toda produção da empresária é vendida no próprio ateliê. “É uma coisa bem pessoal bem única. Cada objeto aqui é único”, diz Amelia Anger, que é cliente.
A empresária montou um site e vende online para todo o país. Do total, 70% das vendas são fechadas pela internet. O faturamento chega a R$ 7 mil por mês.

“Um segredinho bom de sucesso é ser o mais enxuto possível. Hoje eu tenho uma funcionária, a gente desenvolve os produtos e coloca na internet disponibilizando, faz orçamento e tudo”, afirma a empresária.

GravetosNa empresa de Carolina Milioni são feitos lápis e canetas ecológicos. Ela começou a fabricação em 2009. Para a produção, são usados galhos de eucalipto. Por dia, são recolhidos mais de mil gravetos, em Salto, no interior paulista.

Para transformar um simples graveto de eucalipto em um lápis ou uma caneta esferográfica foi necessário um investimento de R$ 25 mil em equipamentos, são lixadeiras e furadeiras. Máquinas dão o acabamento final do produto.

Oito funcionários trabalham no molde dos gravetos e cortam no tamanho padrão, fazem um furo no miolo do graveto para a colocação do grafite, carga da caneta ou giz colorido.

São produzidas mais de 2 mil peças por dia. Os lápis coloridos são os preferidos pelos clientes. Grandes empresas são responsável por 80% da produção e utilizam o lápis como brinde.

“Há procura pelas empresas até mesmo para lembrancinha de aniversário. A gente já fabricou para isso também e a produção aumentou bastante. Com isso, a lucratividade também”, afirma a empresária Carolina Milioni.
A empresa vende cerca de 30 mil peças por mês, entre canetas e lápis. O faturamento médio é de R$ 20 mil por mês.

Uma loja de conveniência vende os produtos ecológicos fabricados por Carolina. Os lápis coloridos feitos com madeira de eucalipto chamam a atenção dos clientes. Cada um custa R$ 2. “A ideia de ter utilizado esses gravetos, não ter que ficar descartando aqueles tubinhos de plástico na natureza foi ótima”, opina a cliente Daniele Lima.

O mercado verde cada vez mais ganha espaço na preferência dos consumidores. Segundo pesquisa do Ibope sobre o consumo, mais de 60% dos brasileiros estão dispostos a mudar o estilo de vida para contribuir o meio ambiente. E afinal, agora sustentabilidade é o assunto do momento.

“Qualquer escola que você vá hoje, você já tem essa consciência do reuso (...). As empresas que têm uma preocupação de marketing já usam papel reciclado. Enfim, isso não é uma imaginação, um nicho de mercado, é uma tendência de mercado”, sugere a consultora ambiental Laura Tetti.

Fonte: Site Rede Globo- G1, Economia PME

Nenhum comentário:

Postar um comentário