domingo, 25 de março de 2012

Arma de choque elétrico pode ser letal, afirma cardiologista

Brasileiro foi morto na Austrália em abordagem polícial com uso do taser.
Médico diz que choques sequenciais com certeza são danosos para saúde


                                                                                  A arma de choque elétrico conhecida como taser que teria provocado a morte do brasileiro Roberto Laudisio Curti durante uma abordagem policial em Sydney (Austrália) no domingo passado (18) pode ser letal, segundo o cardiologista Sérgio Timerman, do Instituto do Coração.
"É um choque grande com uma onda de propagação pequena. Ele se propaga muito pouco dentro do organismo da pessoa. Choques sequenciais ou choque prolongado com certeza são danosos para a saúde. Diz-se que o taser é uma arma não letal. É uma mentira. É uma arma de baixa letalidade, mas ela pode ser letal", afirmou o médico.
Segundo testemunhas, o brasileiro foi alvo de três ou quatro disparos da arma, efetuados por uma patrulha acionada após o roubo de um pacote de biscoitos em uma loja de conveniência. Ele desmaiou, parou de respirar, e os policiais chamaram socorro médico, mas quando a ambulância chegou Curti já estava morto.
O brasileiro estava na Austrália havia seis meses para estudar inglês. Em Sydney, morava na casa da irmã. Na madrugada de sábado para domingo, saiu com amigos para festejar o dia de São Patrício, em que tradicionalmente se consome muita bebida alcoólica.

Por volta de 5h30, cansado, o grupo decidiu ir embora. Roberto teria insistido para continuar a noite em outro distrito boêmio. Eles se separaram, e foi a última vez que os amigos viram o brasileiro vivo. Perto dali, na Rua King, um incidente minutos depois: o vendedor de uma loja de conveniência contou à policia que um rapaz "visivelmente alterado" e sem camisa dizia coisas sem nexo, como "o mundo vai acabar", e depois pegou um pacote de biscoitos e saiu correndo. A polícia foi chamada e passou a procurar o suspeito.
A rua King faz esquina com a rua Pitt, onde Roberto teria sido encontrado pelos policiais. Ainda não se sabe em que lugar exato ele foi abordado, mas o local onde ele morreu fica a um quilômetro de distância da loja de conveniência.
Imagens da câmera de segurança da loja de onde foram roubados os biscoitos foram recolhidas pela polícia, e os funcionários estão proibidos pelo dono do estabelecimento de dar entrevistas.
O corpo de Roberto segue à disposição das autoridades autralianas, que esperam esclarecer a morte nos próximos dias. A família da vítima contratou uma investigação paralela para tentar saber o que realmente aconteceu. 

Fonte: Site Rede Globo- Noticias, G1

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